13 de maio de 2010

Profissão Repórter trata homossexualidade como algo bizarro e marginal

Foi, no mínimo, lamentável o modo como o programa Profissão Repórter, exibido  (dia 11/05), à noite, pela Globo, tratou a homossexualidade. Nem parecia um programa do século 21, já que abordou o assunto como um tabu, beirando o crime, o ridículo, o circo de horrores. Afinal, os recursos de distorcer a voz do entrevistado e o de não mostrar seu rosto só são usados quando se trata de alguém que está com a vida em risco ou cometeu alguma infração e não quer se identificar (usuário de droga, por exemplo). Assim, a homossexualidade foi abordada como algo marginal, quase criminoso, pois as vozes de alguns dos entrevistados foram modificadas e seus rostos, preservados.

Além disso, o homossexualismo foi tratado como algo bizarro, de circo, quando duas repórteres resolveram acompanhar a vida de um casal de lésbicas, na criação de seus dois filhos gêmeos. Beirou o ridículo, afinal, o que se esperava? Algo incomum? A rotina das duas era tão monótona ou mais até que a de um casal heterossexual dito “normal”, classe média, com duas crianças para criar e educar...
E, para coroar a pauta equivocada e erroneamente tratada pelo jornalista Caco Barcellos e sua equipe de “focas”, mostraram um transexual, Jorge, que fez uma cirurgia para mudança de sexo e, agora, mesmo com o RG antigo, assumiu corpo, nome e personalidade de Júlia. Gente, isso não é ser homossexual (afinal, não se trata de alguém que se interessa por outro do mesmo sexo). O sexo de Júlia agora é feminino, graças à cirurgia e ela namora um homem. Portanto, trata-se de um caso de transexualismo, não de homossexualismo.

Enfim, o programa deveria escolher outra pauta e não transformar algo que tantas entidades e pessoas passaram anos lutando para ser visto como “normal”, num show de circo, cheio de tabus... Que tristeza, seu Caco, que tristeza...
Por: Portal Onne

Nenhum comentário:

Postar um comentário